Sete Lagoas figura entre os municípios brasileiros mais impactados pela queda nas exportações para os Estados Unidos, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O recuo ocorre no segundo mês de vigência do tarifaço imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre diversos produtos nacionais.

O setor siderúrgico foi o mais atingido. As exportações de ferro e aço somaram apenas US$ 2 milhões em setembro, uma redução de 89% em relação a agosto (US$ 24 milhões) e de 96% na comparação com julho, último mês antes da cobrança adicional de 40% sobre as tarifas (US$ 66 milhões). Em nível nacional, as vendas do Brasil aos Estados Unidos caíram 20%, totalizando US$ 2,6 bilhões. 

No total, 265 municípios não registraram faturamento com exportações no mês. No acumulado de janeiro a setembro de 2025, a queda é de 0,6%, com US$ 29,21 bilhões exportados. A balança comercial apresentou déficit de US$ 1,77 bilhão em setembro e de US$ 5,10 bilhões no acumulado do ano.

Em Sete Lagoas, quase a totalidade das exportações de setembro (US$ 2,01 milhões) foi composta por produtos da indústria siderúrgica, mas também houve movimentações menores nos segmentos químico e de produtos de origem animal.

Outros municípios mineiros também registraram perdas expressivas, como Confins, que exporta aeronaves, e Araxá, importante produtora de café. No total, o levantamento da CNI indica que 742 cidades brasileiras tiveram queda nas exportações.

Tarifaço e incertezas no mercado
Embora o ferro-gusa não esteja incluído na lista de produtos tarifados pelo governo do presidente Donald Trump, o mercado segue instável. As tratativas diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos reacendem a esperança do setor produtivo, mas, enquanto as tarifas permanecerem, o esforço é para minimizar prejuízos e preservar empregos na cadeia exportadora local.
 

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