Repercutiu entre as forças de segurança pública e a Prefeitura de Sete Lagoas a matéria publicada esta semana pelo site Plantão Regional 24 Horas, em que denuncia a falta de integração entre o sistema de videomonitoramento Guardião 7L e as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal. 

Lançado em agosto desse ano, o sistema teoricamente possui reconhecimento facial e leitura de placas e teria o objetivo de auxiliar as forças de segurança na identificação de criminosos, veículos roubados e foragidos da justiça, além de prevenir crimes. Mas até agora, porém, o investimento milionário de mais de R$ 16 milhões parece servir a um único propósito: multar motoristas.

Conforme divulgado pelo Plantão Regional 24 Horas, o sistema, gerenciado pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, ainda não dá acesso nem à Polícia Civil, responsável pelas investigações criminais, nem à Polícia Militar, que faz o policiamento ostensivo nas ruas. Ou seja, as forças que realmente poderiam usar as câmeras para prevenir crimes, localizar suspeitos ou solucionar ocorrências, estão de mãos atadas.

Questionadas pela redação, até o momento apenas a 19ª RISP da PMMG se pronunciou. A Polícia Civil alegou que, "por questões estratégicas de segurança, outras informações sobre o acesso e a utilização das imagens não poderão ser repassadas". Já a Polícia Militar, em uma publicação em suas redes sociais, confirmou que "nesse momento, alguns representantes de órgãos de segurança e da Prefeitura possuem acesso restrito para fins de teste, validação e ajustes, o que é comum e tecnicamente necessário em projetos dessa natureza."

Confira a íntegra da nota da PMMG:

NOTA À POPULAÇÃO DE SETE LAGOAS

"Em relação à matéria recentemente publicada a Polícia Militar esclarece que o Sistema Guardião 7L encontra-se em fase FINAL de implementação pela Prefeitura municipal.

Trata-se de um sistema moderno, robusto e de grande abrangência, que cobrirá, ao final de sua implementação, toda a cidade de Sete Lagoas e viabilizará acesso a todos os órgãos de segurança pública.

Por ser um sistema de alta complexidade tecnológica, é natural que, durante essa fase, ainda não estejam ativadas todas as funcionalidades, nem que todos os profissionais tenham acesso integral à plataforma.

Nesse momento, alguns representantes de órgãos de segurança e da Prefeitura possuem acesso restrito para fins de teste, validação e ajustes, o que é comum e tecnicamente necessário em projetos dessa natureza.

Importante destacar que o Guardião 7L está sendo implantado em um ritmo muito acima da média de sistemas semelhantes no Brasil, e seus resultados representarão um salto tecnológico significativo para a segurança pública de Sete Lagoas.

Enquanto o sistema não está finalizado, a Polícia Militar possui acesso a outras tecnologias que tem contribuído, sobremaneira, para identificação e prisão de criminosos, bem como, com a prevenção criminal no município, o que tem sido um fator determinante para os excelentes resultados na segurança pública local e para a melhoria..."

Papel da imprensa
O Plantão Regional 24 Horas continuará realizando o papel de uma imprensa séria e independente e, também, o que seria a função dos vereadores da cidade: fiscalizar a gestão municipal e cobrar por políticas públicas que, de fato, contribuam para uma cidade melhor, não meras propagandas vazias.
 

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